Já no terceiro mês do ano, o ritmo e o tom na retomada das atividades parlamentares no Congresso Nacional passam a ideia de que o ano está recém iniciando. Os problemas que enfrentamos em 2015 ressurgem com mais força em 2016, e os temas se embaralham entre dificuldades políticas e econômicas.Não se trata de ser mais ou mesmo otimista.
A verdade é que a realidade apresenta-se com muitas dificuldades. Por equívocos na condução da política econômica nacional, o desemprego vem crescendo assustadoramente. Muitos questionam os recursos destinados às políticas sociais, mas poucos questionam os lucros dos banqueiros. E para além da escassez de recursos, aumenta a escassez de credibilidade nas instituições e na política.
Nosso Parlamento Federal, que poderia implementar mudanças importantes para melhorar este cenário, aprova pequenas alterações nas disputas eleitoras que tornam ainda pior do que já existia.Esta “janela” para troca de partido em pleno ano eleitoral é uma medida vergonhosa. A fidelidade partidária acenava para a estabilidade, o que é bom no processo democrático.
Antes, era comum o balcão de negócios perto do encerrando do prazo de um ano para as filiações. Agora, além da infidelidade, encurtaram o prazo, tornando altamente instável o processo e, tudo isso, às vésperas do período eleitoral. O sentimento é de que há uma feira de letras, de siglas e negociações para cooptação de novos correligionários.
Poucos pensam em um partido como um forte espaço ideológico e de construção de um projeto para o País. Interesses diversos construíram uma realidade onde mais de trinta legendas disputam dinheiro do fundo partidário e espaço de tevê. Algumas, inclusive, nada mais pleiteiam, além disso.A saída é continuar acreditando na democracia, exigindo transparência, participação popular e avaliando cada vez mais quem serão nossos representantes. Do contrário, o cenário tende a ficar pior.
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